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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A taça de vinho perfeita


Separamos para você dicas exclusivas de como escolher taças de vinho, harmonizar, servir e tudo que você precisa saber sobre vinho!
O vinho é uma das bebidas mais antigas do mundo e está presente na maioria das culturas mundo afora. Historiadores diferem quanto ao surgimento exato do vinho, mas arqueólogos descobriram punhados de sementes de uva na região da Géorgia (Rússia) datadas de 7000 a.C. a 5000 a.C. Apesar do seu surgimento ser impreciso, uma coisa é certa: o cultivo de vinhas só se tornou possível com as técnicas de agricultura adquiridas quando os humanos se tornaram sedentários.

A armazenagem de vinhos em barris só veio aparecer muito tempo depois da criação do vinho (foto: Amanda Marsalis)
Além do surgimento das plantações, outro fator que contribuiu para que o vinho se tornasse um elemento presente em nossas vidas foi o avanço nas técnicas de armazenamento da bebida, com a fabricação de potes, jarros, copos e, claro, as taças.
O armazenamento do vinho, na antiguidade, era feito com jarros e ânforas de barro. Esse formato não era benéfico à bebida, já que o vinho acabava oxidando-se muito rápido e adquirindo um desagradável gosto de vinagre. Para amenizar o forte sabor, ervas e outros temperos eram adicionados ao vinho para deixá-lo mais tolerável. O aprimoramento das técnicas de manipulação e a descoberta de novos materiais resultaram em recipientes mais adequados à preservação do vinho, em especial a porcelana e o vidro. Com isso, o cultivo e a fabricação de vinhos pôde se tornar, além de uma indústria, uma forma de arte.

Taças para vinho tinto precisam ter bojo largo e abertura menor (foto: James Wojcik)
Há uma antiga história que fala do surgimento da primeira taça de vidro no mundo. Segundo ela, existia um rei que admirava o formato dos seios da sua esposa e mandou fabricar uma taça com esse formato, para beber o seu martini (o vermute milenar, não a marca imortalizada por James Bond).
O vidro começou a ser usado na fabricação de copos e taças com mais frequência a partir de 1500 d.C. Antes do vidro, as taças mais usadas eram as de metal, com destaque para as peças litúrgicas da Igreja Católica, muitas vezes de ouro e decorada com pedras preciosas. Mas como a maioria da população não tem como se dar ao luxo de comprar taças de ouro cravejadas com rubi, o vidro veio para salvar a vida dessas pessoas.
Mais do que proporcionar uma alternativa viável, as taças de vidro adquiriram formatos e tamanhos variados, pensados e estudados para potencializar as características de cada vinho. Como você deve saber, existem taças diferentes para vinho tinto, branco, rosé, champagne, etc. Muitos pensam que “elas são todas as mesmas coisas, só muda o tamanho”. Não é verdade.

Aprenda com a Mobly como escolher a taça perfeita para cada tipo de vinho, como harmonizar a bebida com cada tipo de alimento e como servi-lo para arrasar em um jantar para sommelier nenhum botar defeito:
Taça para vinho tinto
O vinho tinto exige taças altas, de base grande e com um bojo largo. A borda deve ser ligeiramente menor do que o bojo, para ajudar a reter o oxigênio dentro da taça. O vinho tinto não possui a mesma facilidade do branco em exalar seus aromas, motivo pelo qual se deve preencher somente 1/3 da taça. Os 2/3 restantes são necessários para que você possa girar o líquido livremente e garantir a quantidade de oxigênio necessária para que ele possa exalar todo seu perfume. Evite segurar no bojo, para que o calor do nosso corpo não esquente o vinho em demasia.
Taça para vinho branco
As taças de vinho branco são menores que as taças de vinho tinto. Ligeiramente menor que a taça para vinho tinto, a taça para vinho branco não necessita de um bojo e bordas tão grandes. O vinho branco não possui a mesma dificuldade do tinto em mostrar o seu perfume. A bebida pode ocupar de 1/3 a metade da taça. Como no tinto, evite segurar a taça pelo bojo, a fim de preservar sua temperatura ideal.
Taça para champagne

Antepasto (aperitivos): Vinho branco seco (Chardonnay, Sauvignon Blanc), Espumante Brut
Peixes e frutos do mar leves: Espumante brut, Chardonnay ou Sauvignon Blanc.
Peixes e frutos do mar pesados e/ou gordurosos: Tinto leve ou branco maduro. Existem vários nacionais, produzidos na Serra Gaúcha, que se encaixam nessas categorias.
Carne branca: Espumante brut ou branco seco.
Carnes de caça ou exóticas: Carnes diferentes exigem vinhos diferentes. Dê preferência a vinhos das uvas Pinot Noir ou Syrah. Essas variedades produzem vinhos mais elegantes e encorpados.
Carne vermelha: varia muito entre o tipo de carne e como ela é preparada. Para carne vermelha grelhada, Merlots e Carmenères acompanham muito bem. Para carnes mais gordurosas, o Cabernet Sauvignon é uma excelente pedida porque não dá a sensação de “estufado” e auxilia na digestão da gordura.
Massas: Molho branco ou leve: vinho tinto suave. Molho vermelho ou forte: Espumante brut ou vinho tinto seco.
Saladas: Sauvignon Blanc. Nunca tempere a salada com vinagre ou outros condimentos ácidos, pois eles alteram a percepção do vinho na boca.
Como servir e armazenar
Cada vinho tem uma faixa específica de temperatura para ser servido. Tintos: 16 a 20 graus. Brancos: 12 graus. Espumantes: 10 a 12 graus. Se possuir tempo de sobra até o vinho ser servido, deixe- descansar na posição vertical por 24 horas. Isso faz com que os possíveis resíduos depositem-se no fundo da garrafa. Para abrir a garrafa, limpe o bocal (sem agitar demasiadamente a garrafa), rodeie com um guardanapo e perfure com o saca-rolha. Nunca atravesse a rolha porque resíduos podem cair no vinho. Se a rolha estiver difícil de sair, coloque o saca-rolha na diagonal. Sirva sempre à direita de quem irá beber. O dono da garrafa  tradicionalmente toma o primeiro gole, tradição feita para que possíveis restos de rolha ou do vinho venham para o seu copo e não para o do convidado.

O vinho deverá ser servido sempre à direita de seu convidado (foto: Sofia Sanchez e Mauro Mongiello)
A decantação do vinho é um ponto polêmico. Alguns dizem que deixar o vinho “respirar” por uma hora realça suas características. Outros dizem que é uma heresia. Fica a seu critério e paladar.
Na hora de armazenar os seus vinhos, coloque-os sempre na posição horizontal e, se possível, levemente inclinado em direção à rolha. Isso garante que nenhum ar irá entrar na garrafa. Armazene as garrafas em lugares em que a temperatura varie de 12 a 20 graus. O mais indicado são adegas climatizadas.
Na Mobly, existem vários kits e ferramentas para servir vinhos, bem como conjuntos de copos e taças.
Gostou das dicas? Coloque-as em prática e arrase em jantares, almoços, festas, recepções ou mesmo quando for tomar um bom vinho, sozinho.
Falando nisso: Você sabe qual é o vinho mais caro do mundo?
Um leilão nos Estados Unidos colocou à venda uma garrafa do famoso vinho tinto Château Lafite, safra de 1787, que pertencera ao Presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. A garrafa foi arrematada pelo colecionador Christian Forbes pela bagatela de 105.000 dólares.
Vinhos doces são um pouco mais baratos nessas vendas exorbitantes, mas nem tanto: o Château d’Yquem da safra de 1811 foi vendido para Robert Parker na Suíça por R$ 125.000. Paixão não tem preço, não é?

Você sabe qual é o vinho mais caro do mundo?


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Você sabe a qual a importância da umidade para o vinho?



A importância da umidade na hora de guardar o vinho é frequentemente subestimada. Ela deve encontrar-se entre os 75% e os 85%. Se não houver vapor de água suficiente na atmosfera, a u
midade irá evaporar-se das rolhas e, tornando-se secas, começam a deteriorar-se e deixam de conseguir impedir que o perigoso oxigênio entre no vinho. Por esta razão, os vinhos guardados em atmosferas muito secas amadurecem muito mais rápido e nem sempre bem.

Uma alta umidade conserva as rolhas, mas pode permitir que se desenvolvam bolores na sua superfície exposta. No entanto, enquanto nenhum vinho escapar entre a rolha e o gargalo, o bolor não deverá afetá-lo.

Os lugares para armazenarem os vinhos costumavam ser péssimos para os rótulos das garrafas, que muitas vezes se descolavam, decompunham-se ou tornavam-se ilegíveis. No entanto, os rótulos modernos são impressos em papel especial e raramente são afetados pela umidade.









terça-feira, 7 de agosto de 2012

Friulano, uma italiana inesquecível



A variedade, cultivada na região de Friuli-Venezia Giulia, na Itália, produz os mais famosos vinhos brancos da região. Caraterizada pela sua presença marcante, a uva se destaca pela vivacidade e elegância resultante em seus vinhos.
Uma uva pouco conhecida, a Friulano já esteve em meio à uma briga judicial por conta do seu nome. Até pouco tempo atrás, a variedade italiana era conhecida comoTocai Friulano, mas um acordo entre a Itália e a União Europeia proibiu, desde 2007, o uso do nome “Tocai”. Isso porque o nome é muito semelhante ao vinho húngaro Tokaj. A semelhança, no entanto, está apenas no nome, já que suas características são bem diferentes. 
Cultivada no nordeste da Itália, a variedade produz deliciosos vinhos brancos, com notas florais e de pera. Com aroma extremamente agradável, pode remeter à ervas e frutas cítricas. Geralmente, os seus vinhos são meio encorpados e cremosos, com toques de ervas, acidez equilibrada e persistência. Sua cor amarelada com leves reflexos verdes, o torna visualmente bonito quando colocado na taça.
A uva, de fato, produz vinhos brancos com presença. Raramente são simplórios, raramente são frágeis. Ao contrário, são vinhos concentrados, com pronunciados sabores de frutas. Inclusive, muitos produtores da Friulano a consideram como a mais masculina das uvas brancas, devido sua ousada personalidade. 
Para acompanhar a vivacidade dessa uva, aposte nos aperitivos e frutos do mar. Os amantes da culinária japonesa e peruana vão se deliciar com os vinhos elaborados a partir dessa uva, já que harmonizam perfeitamente com sushis, sashimis e ceviches. Agora que já conhece a variedade, nada mais justo do que experimentar os seus vinhos, não é?


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O ritual da degustação


Hoje falaremos sobre as etapas de uma degustação de vinhos. O mais importante de tudo que vamos falar é que essas atividades são um treinamento para os nossos sentidos e, quanto mais estimulados, mais entendimento do vinho você terá.


Envolve quatro atividades:
- Observação – usando os sentidos para perceber, identificar e mesurar os estímulos.
- Descrição – usar seu vocabulário para revelar as características do vinho.
- Comparação – comparar com vinhos de tipo semelhante usando como referência.
- Avaliação – Sintetizar todas as informações para julgar a qualidade do vinho.


Pode-se imaginar que os experts têm sentidos mais apurados, mas, na realidade, não tem. Nós nascemos com um número fixo de papilas gustativas e receptores sensitivos e é impossível multiplica-los. Poucos são super dotados – supertasters.


Você pode desenvolver a habilidade de decodificar as mensagens gustativas, aprendendo como seus sentidos trabalham e prestando atenção neles durante uma degustação. Além disso, um expert deve desenvolver uma metodologia, um vocabulário e um trabalho para avaliar, descrever e categorizar o vinho.


Vejamos como estes conhecimentos são aplicados na prática:
Ver um expert provando uma série de vinhos é instigante – Levanta a taça, inclina e olha. Gira e cheira. Prova (pequeno gole) e aspira (fazendo um ruído shiii...). Pausa. Cospe. Cheira, prova e cospe de novo. Anota informações da degustação e repete com o próximo vinho.


Quando você examina dois vinhos, também necessita comparar suas características: cor, corpo, final etc. A repetição das etapas ajuda a colecionar dados de cada vinho. Se você vê um especialista degustando, notará:
- quatro sentidos são usados: visão, olfato, gosto e tato. A metodologia do expert utiliza os sentidos ao ver, cheirar, provar (gole) e resumir a experiência além de seu cérebro.
- gira-se muito o vinho na taça pois seus aromas estão presos no líquido, dificultando sua percepção. Ao girar o vinho, você está ampliando a superfície e propiciando maior evaporação do álcool. A evaporação expande os aromas no ar onde seu nariz pode capta-los. Como os aromas representam 75% do caráter e da qualidade de um vinho, aprimorar seu olfato é essencial.
- São dois os objetivos para girar e movimentar o vinho na sua boca Primeiro, leva o vinho ao contato com as papilas gustativas que estão dispersas em sua língua, seu palato e sua garganta. Segundo, movimentar o vinho em sua boca é semelhante a girar o vinho na taça, a evaporação leva os aromas à passagem nasal que conecta seu nariz com a boca. Os sentidos colhidos através da boca são sabores e os que entram na passagem retronasal são aromas. Assim você pode qualificar como “cheirar” o vinho quando está em sua boca.
- o expert cospe o vinho. Assim mantém o cérebro livre do “fogo” de forma a apreciar com mais propriedade. Você pode praticar cuspindo na pia da cozinha.
- há uma pausa depois da primeira prova em torno de 15 segundos ou algumas respiradas, dando tempo para se formar uma imagem do vinho degustado. Também ajuda a relembrar. Imagine esta etapa como uma “gestalt”.
- Não se escreve nada depois do primeiro gole. Seu cérebro depois da cheirar e provar está sintonizado na área sensorial. Logo que você começa a verbalizar suas impressões, seu cérebro troca a sintonia para a área intelectual, dificultando detectar os estímulos adicionais.
- Não se fala, pois os comentários podem influenciar percepções. Quando um companheiro descreve um vinho como tânico antes de você formar sua opinião, estará mais inclinado a experimentar o vinho como tânico.


O que pode parecer complexo e complicado para a maioria nada mais é do que uma metodologia para conhecer profundamente o vinho que está sendo degustado. É o treinamento, a disciplina e a frequência que irão ajudar o amante do vinho ou o expert. Como dissemos anteriormente, o prazer em beber o vinho tem que estar sempre em primeiro lugar!