Dias dos namorados sempre sugere paladares intensos, marcantes. Iguarias que devem seduzir pela aparência sem decepcionar a boca. Chocolates, "dos bons", parecem dar conta da demanda, independente da forma como são apresentados: trufas, barras, bombons, cestinhas recheadas etc. As pequenas mordidas no sedoso e aromático chocolate aquecem a alma e o relacionamento amoroso. Naquele momento preciso, quando o olfato antecipa a mordida, parece que nada mais existe ao redor e o mundo se resume à mistura de aromas e sabores que explodem na boca e no nariz. "Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates", escreveu Fernando Pessoa.
Após a mordida e apreciação do chocolate, a experiência pode ser prolongada e ampliada com a escolha certa da bebida que o acompanha. Embora seja de harmonização difícil, existem vinhos a preços razoáveis que podem fazer par com a guloseima. Antes, porém, é preciso entender que a harmonização não é das mais fáceis. Não é qualquer bebida que consegue encarar de frente seu peso e untuosidade.
No campo dos vinhos, as opções ficam em torno dos exemplares mais doces, com destaque para os fortificados. Durante o processo de fermentação, os fortificados recebem uma generosa porção de aguardente vínica, o que interrompe a transformação do açúcar em álcool, resultando em um vinho potente, com alto teor alcoólico (conseqüência da adição de aguardente) e doce (com a interrupção do processo de fermentação, grande parte do açúcar do mosto não foi transformado em álcool).
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