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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vinho e Saúde: confira artigo sobre os benefícios do vinho para a saúde




"Vinum bonum lætificat cor hominis"
O vinho bom alegra o coração do homem
Salmo 104:15

Um pouco de História

Desde a antigüidade, o vinho apresenta-se intimamente ligado à evolução da medicina, desempenhando sempre um papel principal. Os primeiros praticantes da arte da cura, na maioria das vezes curandeiros ou religiosos, já empregavam o vinho como remédio. Papiros do Egito antigo e tábuas dos antigos Sumérios (cerca de 2200 a.C.) já traziam receitas baseadas em vinho, o que o torna a mais antiga prescrição médica documentada.
O grego Hipócrates (cerca de 450 a.C.), tido como o pai da medicina sistematizada, recomendava o vinho como desinfetante, medicamento, um veículo para outras drogas e parte de uma dieta saudável. Para ele, cada tipo de vinho teria uma diferente função medicinal.
Galeno (século II d.C.), o mais famoso médico da Roma antiga, empregava o vinho na cura das feridas dos gladiadores, agindo este como um desinfetante.
Também os Judeus antigos tinham o vinho como medicamento. Segundo o Talmud, "sempre que o vinho faltar, a medicina tornar-se-á necessária".
Foi na Universidade de Salermo (Itália), fundada no século XI, que a importância do vinho sobre a dieta e a saúde foi codificada. Lá, correntes clássicas e árabes se fundiram, fornecendo as bases da medicina européia. O "Regime de Salermo" especificava "diferentes tipos de vinho para diversas constituições e humores".
Avicena (século XI DC), talvez o mais famoso médico do mundo árabe antigo, reconhecia a importância do vinho como forma de cura, embora seu emprego fosse limitado por questões religiosas.
O uso medicinal do vinho continuou por toda a Idade Média, sendo divulgado principalmente por monastérios, hospitais e universidades.
Até o século XVIII, muitos consideravam mais seguro beber vinho do que água pois esta era, freqüentemente, contaminada. Conta a lenda de Heidelberg, na Alemanha, que o guardião do grande barril (Große Faß) onde o soberano guardava todo o vinho recolhido como imposto, só bebia vinho. Seu nome era "Perkeo" (do italiano “Perche no” - por que não). Certa feita deram um líquido diferente para que ele bebesse e este morreu imediatamente. O tal líquido assassino era nada mais nada menos que água.
Em 1865-66, Louis Pasteur, o grande cientista francês nascido na região do Jura (terra dos famosos vin jaune e vin de paille), empregou o vinho em diversas de suas experiências, declarando que o vinho é "a mais higiênica e saudável das bebidas".
Em 1892, durante a grande epidemia de cólera em Hamburgo, o vinho era adicionado à água com intuito de esterilizá-la.
A partir do final do século XIX, a visão do vinho como medicamento começou a mudar. O alcoolismo foi definido como doença e os malefícios de seu consumo indiscriminado começaram a ser estudados. Nas décadas de 70 e 80, o consumo de álcool foi fortemente atacado por campanhas de saúde pública exaltando as complicações de seu uso em excesso. Entretanto, várias pesquisas científicas bem conduzidas têm demonstrado que, consumido com moderação, o vinho traz vários benefícios à saúde.

O consumo moderado

"Nem muito e nem muito pouco" parece ser o princípio para se realçar os efeitos benéficos do vinho sobre a saúde. Entretanto, as autoridades de saúde de vários países têm encontrado dificuldade em estipular o que pode ser considerado "consumo sensato". Na França, a ingestão de até 60 g de álcool por dia é segura para homens. Por outro lado, no Reino Unido, recomenda-se menos de 30 g por dia.
Vários são os fatores que influenciam estes limites: sexo, idade, constituição física, patrimônio genético, condições de saúde e uso de outras substâncias (drogas, medicamentos etc). Em linhas gerais, um homem pode consumir até 30 g de álcool por dia. Para as mulheres, por diversas razões (menor tolerância, menor proporção de água no organismo etc) recomenda-se até 15 g por dia. A diferença entre consumo moderado e exagerado pode significar a diferença entre prevenir e aumentar a mortalidade.
Além da quantidade, a regularidade também é importante para se obter os efeitos benéficos do vinho. Os que exageram nos finais de semana e se poupam nos outros dias podem sofrer todos os malefícios da ingestão exagerada e aguda do vinho sem nenhum ganho para a saúde.

O Paradoxo Francês

Uma grande reviravolta na relação entre vinho e saúde ocorreu no início da década de 90 com a divulgação do Paradoxo Francês. Durante um programa de televisão nos EUA, o cientista francês Serge Renaud mostrou que estudos epidemiológicos em escala mundial evidenciaram que os franceses apresentavam 2,5 vezes menos mortes por doenças coronarianas que os americanos, apesar de fumarem muito e consumirem a mesma quantidade de gorduras. A principal explicação para tal paradoxo estaria no consumo regular e moderado de vinho. Como era de se esperar, após a transmissão do programa, o consumo de vinho tinto nos EUA multiplicou por 4. Tal paradoxo foi, posteriormente, publicado na revista inglesa The Lancet, uma das mais conceituadas revistas médicas do mundo, dando origem a uma enxurrada de artigos sobre os benefícios do vinho sobre a saúde nos tempos modernos.

Álcool, taninos, flavonóides, catecinas, resveratrol, etc

Há muito sabe-se que o álcool, consumido em pequenas doses regulares, traz benefícios para a saúde. Estudos epidemiológicos mostram que o álcool presente no vinho, cerveja e destilados pode diminuir a mortalidade por infarto do miocárdio, isquemia cerebral etc. Entretanto, o vinho é quem mais desperta interesse dos cientistas por apresentar, além do álcool, diversas substâncias antioxidantes em sua composição. Entre os mais de 1000 compostos encontrados no vinho, os polifenóis (flavonóides, taninos, catecinas, resveratrol etc) são os mais estudados.
Os polifenóis, derivados de várias plantas, são os antioxidantes mais encontrados em nossa dieta. De acordo com sua origem, apresentam diferentes estruturas químicas. Atualmente, vários estudos têm demonstrado que o resveratrol, um antioxidante natural presente em vinhos tintos e brancos, está associado com os efeitos benéficos do vinho na doença coronária. Além disso, em laboratório, o resveratrol tem mostrado efeito protetor contra o câncer, embora estes resultados ainda não tenham sido demonstrados na prática clínica. Também controversa é a hipótese de que os flavonóides parecem mostrar um efeito protetor contra doenças cardiovasculares, atuando sobre o LDL (colesterol ruim).

Vinho e Saúde: Alguns fatos

Doenças coronárias: o consumo moderado de vinho controla os níveis sangüíneos de algumas substâncias químicas inflamatórias chamadas citocinas. Estas, por sua vez, afetam o colesterol e as proteínas da coagulação. O vinho é capaz de reduzir os níveis de LDL e aumentar os de HDL (colesterol bom). Com relação à coagulação, o vinho torna as plaquetas presentes no sangue menos aderentes e reduz os níveis de fibrina, evitando que o sangue coagule em locais errados. Estes efeitos poderiam prevenir o entupimento de uma coronária, evitando um infarto do miocárdio.
Doenças do cérebro: Os efeitos mais conhecidos do álcool sobre o sistema nervoso são a embriaguez e a dependência alcoólica. Entretanto, quando consumido com parcimônia, o vinho parece reduzir o risco de demência, incluindo o Mal de Alzheimer. Segundo alguns especialistas, os polifenóis presentes no vinho (principalmente nos tintos) seriam os responsáveis por evitar o envelhecimento das células cerebrais. É intrigante notar que, proporcionalmente falando, a ação antioxidante dos polifenóis dos vinhos brancos é superior à dos tintos. Entretanto, a quantidade de polifenóis dos tintos é muito superior à dos brancos, tornando estes vinhos mais interessantes para as células cerebrais. Além da ação antioxidante, os vinhos melhoram a circulação cerebral, com o fazem com a circulação coronária. Sabe-se, ainda, que as chances de apresentar depressão são menores em consumidores moderados de vinho.
Doenças respiratórias: Experimentos recentes têm demonstrado que o vinho é capaz de reduzir as chances de uma infeção pulmonar, sendo mais eficaz que alguns antibióticos modernos.
Doenças do aparelho digestivo: Há vários séculos, São Paulo já recomendava "um pouco de vinho para a saúde do estômago". Hoje, sabe-se que o consumo moderado de vinho está associado a uma menor incidência de úlcera péptica por uma série de razões: alívio do estresse, inibição da histamina, ação antimicrobiana contra o Helicobacter pylori, bactéria implicada na gênese da úlcera duodenal. Por atuar sobre o colesterol, o vinho parece reduzir as chances de formação de cálculos no interior da vesícula biliar.
Doenças do aparelho urinário: Estudos mostram que o vinho é capaz de reduzir em até 60% o risco de formação de cálculos urinários, ao estimular a diurese.
Diabetes: o vinho consumido de forma moderada melhora a sensibilidade das células periféricas à insulina, sendo interessante nos pacientes com diabetes tipo 2 (não insulino-dependente). Além disto, o vinho reduz as chances de morte por infarto do miocárdio em pacientes com diabetes tipo 2. Em mulheres, um estudo mostra que o vinho pode reduzir as chances de surgimento de diabetes.
Sangue e anemia: O álcool ajuda o organismo a absorver melhor o ferro ingerido nos alimentos. Além disto, um copo de vinho tinto contém, em média, 0,5mg de ferro.
Ossos: alguns estudos populacionais têm demonstrado que o consumo de pequenas quantidades de vinho é capaz de melhorar a densidade óssea, reduzindo as chances de osteoporose.
Visão: O vinho reduz a degeneração macular, causa comum de cegueira em idosos.
Câncer: A possibilidade de que os antioxidantes presentes no vinho pudessem prevenir alguns tipos de câncer despertou o interesse de muitos pesquisadores em todo o mundo. Alguns estudos populacionais mostram uma redução da mortalidade por doença coronária e por câncer em bebedores comedidos de vinho. Por exemplo, homens que consomem vinho sensata e regularmente têm menor chance de desenvolver Linfoma não-Hodgkin.
Como foi dito repetidas vezes, o consumo moderado parece ser o caminho para a felicidade. Muito ainda precisa ser entendido sobre os reais efeitos, benéficos e maléficos, do vinho sobre a saúde antes de torná-lo a panacéia universal para as moléstias do mundo moderno. Entretanto, em pouquíssimas situações, um remédio pôde ser tão infinitamente agradável e prazeroso.
 
 
Artigo publicado na Revista Wine Style, número 1, em 2005, escrito pelo Dr. Gustavo Andrade de Paula (médico e diretor de Degustação da ABS-SP/Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo).

Achamos o marketing do vinho!

O setor vinícola deixa muito a desejar no que diz respeito a marketing. Num mundo em que o vinho perde mercado para a cerveja, o destilado e até o refrigerante, ele pergunta “onde está o marketing do vinho?”
Acho que podemos arriscar a resposta, especialmente se compararmos com a cerveja. Aliás, é exatamente esta a comparação que mais gosto de fazer para tentar entender ao menos alguns dos motivos para essa distância.

Figura 1: Sansão x Golias
Por mais que haja grandes holdings por trás de alguns famosos rótulos (leia-se LVMH, Diageo, Pernord Ricard) e, portanto, empresas com grande poder financeiro, a indústria do vinho é muito fragmentada. Enquanto os grandes da cerveja (Ambev, Anheuser Bush) controlam 60% deste setor no mundo, no caso do vinho, esses conglomerados possuem somente 3% da fatia de mercado.
Não que a LVMH não possa pagar por um comercial de trinta segundos no horário nobre ou patrocinar um camarote na Sapucaí. Não é este o caso. O que ocorre é que grande parte dos rótulos pertencentes a essas empresas são produtos de luxo. Portanto, não é só a tradição de toda a indústria de não anunciar nas grandes mídias, mas também o fato de que a estratégia de marketing desses produtos certamente não inclui anunciar no intervalo do futebol.
Mas grande parte das vinícolas trabalha com pequenas margens de lucro, não tendo, portanto, como despender tanto. Só que nem tudo está perdido! Isto porque há um fenômeno que ocorreu com o vinho: a web e, mais especificamente, a web 2.0. As grandes discussões referentes ao setor concentram-se em blogs, mídias sociais. Graças a essa “gente comum”, que na maioria das vezes são profissionais de outras áreas, mas que compartilham a paixão, o vinho ganhou a força que tem hoje na web.

Figura 2: EWBC Konferenz, 2010
Não é preciso nem dizer que hoje não faltam blogs, ferramentas ou redes sociais dedicados à bebida. Muito mais do que qualquer outra. A presença é tamanha que neste ano, por exemplo, Izmir, na Turquia, sediará a quinta edição da Conferência dos blogueiros de vinhos europeus (EWBC). A versão americana já vai para a sexta edição em agosto, quando ocorrerá em Portland, EUA. E a participação de produtores nesses eventos pode-se dizer que é massiva.
Isso mostra que o vinho encontrou outra maneira de fazer seu próprio marketing, de uma forma mais barata e feita por quem mais importa: o consumidor. É ele quem faz o marketing de muito vinhateiro por aí, publicando na web avaliações e impressões sobre vinhos e vinícolas.
Por conta disso, alguns produtores e distribuidores já se atentaram para esse movimento. As grandes vinícolas brasileiras, por exemplo, costumam fazer bonito. Possuem sites bem completos, com todas as informações objetivas e que realmente interessam ao usuário, além de presença nas redes sociais. As pequenas ainda costumam deixar nos sites, mas já estão entrando nas mídias sociais, com direito a páginas no Facebook, perfis no Twitter ou mesmo comentando postagens de blogs.

Figura 3: As Mídias Sociais
Enquanto isso, muitos ainda deixam a desejar. Quem poderia dizer, por exemplo, que o site do premiadíssimo Domaine de La Romanée-Conti, além de só ter sido criado recentemente, fosse tão fraquinho? Se não acredita, dá uma olhada. De qualquer forma, é um sinal de que o vinho encontrou alguma forma de sobrevivência. Não que isso justifique a ausência de marketing nos canais mais tradicionais, mas já é um começo, especialmente para uma indústria que ainda é conservadora.
Lógico que há os que ousam ainda mais, como vinícolas que patrocinam shows de rock ou festas à beira-mar, uma iniciativa inteligente para tentar conquistar novos consumidores. Mas a internet é definitivamente o canal mais presente para o marketing do vinho. Só que eu já adianto um problema: na web, o usuário tem poder quase que total sobre o conteúdo que quer ver, diferentemente de meios como o cinema, a televisão ou o rádio. Portanto, talvez não seja o veículo ideal para atrair novos consumidores. Mas isso já é outra história.
Publicado em: 28 Fevereiro, 2012 por Rodrigo A.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Já pensou em fazer uma caipirinha de vinho para refrescar?

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Já pensou em fazer uma caipirinha de vinho para refrescar?

É bem fácil: em uma coqueteleira, amasse metade de um limão
(cortado em quatro partes) com duas colheres de açúcar.
Esprema a outra parte do limão e adicione o líquido na mistura.

Depois, coloque quatro pedras de gelo e bata bem na coqueteleira.
Para finalizar, é só adicionar 250ml de vinho suave ( de São Roque
pode ser tinto ou branco, você escolhe) e bater mais um pouco.
É exótico, mas a gente adora! Depois conta como ficou a sua!