Vinho como coadjuvante das refeições, vinho para matar a sede, vinho para aquecer o inverno.. Bebe-se em copo americano e sem culpa. Vinho simples, necessário. Este é o consumo de vinho que se diz cultural muito presente nos Países Europeus + Argentina e Uruguai, mas que está em declínio hoje em dia. Aqui no Brasil este consumo se concentra principalmente nas regiões de colonização Europeia.
Sou da geração que nasceu bebendo o vinho feito no porão da casa. Sinto saudades. O vinho era simples, mas honesto. Podia-se beber até duas taças no almoço, pois o teor alcóolico não passava de 12%. O ritmo frenético da vida moderna, o mundo virtual, provocou um enfraquecimento das relações humanas e de certa forma um rompimento das tradições familiares. Com isso o hábito do consumo de vinho nas refeições foi se extinguindo dando lugar a um consumo casual, de final de semana.
As pesquisas de marketing e mercado demonstram que o consumo de vinho no “velho Mundo” vem caindo ano a ano. Os motivos, segundo as pesquisas seriam devido à idade da população que está cada vez mais velha, a mudança no estilo de vida, campanhas contra alcoolismo, entre outros. É cada vez mais raro o bebedor regular de vinhos. Os franceses atribuem parte da culpa ao seu presidente, devido sua abstinência ao álcool e seu repúdio ao vinho.
Enquanto, aqui no “Novo Mundo” é cada vez mais forte o interesse pelos vinhos. No Brasil o consumo cresce, sem dúvida nenhuma, muito mais do que as pesquisas indicam, pois estas não consideram o vinho que é produzido em casa por milhares de agricultores, nem o vinho contrabandeado. O vinho, tanto no “Velho” quanto no “Novo Mundo” já não é mais consumido nas mesmas circunstâncias de antigamente, no entanto não deve ser motivo de preocupação. O que está havendo é uma nova fase cultural do consumo do vinho. Se, por um lado bebe-se menos regularmente, bebe-se mais casualmente. E melhor.
Isso quer dizer que os novos consumidores são mais casuais, mas buscam qualidade. E com isso, os produtores tiveram que reinventar a roupagem de seus vinhos: meia-garrafa, mini-garrafa, bag-in-box, tampas screw-caps, etc. Acredito que ainda falta aos produtores, e aos difusores da bebida, como bares e restaurantes oferecerem mais opções de vinhos dentro destas novas “normas de consumo”. Assim, o vinho estará cada vez mais presente num belo jantar e competindo melhor com sua principal rival, a cerveja.
Publicado em: 16 Maio, 2011 por Mateus V.
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