Separamos para você dicas exclusivas de como escolher taças de vinho, harmonizar, servir e tudo que você precisa saber sobre vinho!
O vinho é uma das bebidas mais antigas do mundo e está presente na maioria das culturas mundo afora. Historiadores diferem quanto ao surgimento exato do vinho, mas arqueólogos descobriram punhados de sementes de uva na região da Géorgia (Rússia) datadas de 7000 a.C. a 5000 a.C. Apesar do seu surgimento ser impreciso, uma coisa é certa: o cultivo de vinhas só se tornou possível com as técnicas de agricultura adquiridas quando os humanos se tornaram sedentários.
A armazenagem de vinhos em barris só veio aparecer muito tempo depois da criação do vinho (foto: Amanda Marsalis)
Além do surgimento das plantações, outro fator que contribuiu para que o vinho se tornasse um elemento presente em nossas vidas foi o avanço nas técnicas de armazenamento da bebida, com a fabricação de potes, jarros, copos e, claro, as taças.
O armazenamento do vinho, na antiguidade, era feito com jarros e ânforas de barro. Esse formato não era benéfico à bebida, já que o vinho acabava oxidando-se muito rápido e adquirindo um desagradável gosto de vinagre. Para amenizar o forte sabor, ervas e outros temperos eram adicionados ao vinho para deixá-lo mais tolerável. O aprimoramento das técnicas de manipulação e a descoberta de novos materiais resultaram em recipientes mais adequados à preservação do vinho, em especial a porcelana e o vidro. Com isso, o cultivo e a fabricação de vinhos pôde se tornar, além de uma indústria, uma forma de arte.
Taças para vinho tinto precisam ter bojo largo e abertura menor (foto: James Wojcik)
Há uma antiga história que fala do surgimento da primeira taça de vidro no mundo. Segundo ela, existia um rei que admirava o formato dos seios da sua esposa e mandou fabricar uma taça com esse formato, para beber o seu martini (o vermute milenar, não a marca imortalizada por James Bond).
O vidro começou a ser usado na fabricação de copos e taças com mais frequência a partir de 1500 d.C. Antes do vidro, as taças mais usadas eram as de metal, com destaque para as peças litúrgicas da Igreja Católica, muitas vezes de ouro e decorada com pedras preciosas. Mas como a maioria da população não tem como se dar ao luxo de comprar taças de ouro cravejadas com rubi, o vidro veio para salvar a vida dessas pessoas.
Mais do que proporcionar uma alternativa viável, as taças de vidro adquiriram formatos e tamanhos variados, pensados e estudados para potencializar as características de cada vinho. Como você deve saber, existem taças diferentes para vinho tinto, branco, rosé, champagne, etc. Muitos pensam que “elas são todas as mesmas coisas, só muda o tamanho”. Não é verdade.
Aprenda com a Mobly como escolher a taça perfeita para cada tipo de vinho, como harmonizar a bebida com cada tipo de alimento e como servi-lo para arrasar em um jantar para sommelier nenhum botar defeito:
Taça para vinho tinto
O vinho tinto exige taças altas, de base grande e com um bojo largo. A borda deve ser ligeiramente menor do que o bojo, para ajudar a reter o oxigênio dentro da taça. O vinho tinto não possui a mesma facilidade do branco em exalar seus aromas, motivo pelo qual se deve preencher somente 1/3 da taça. Os 2/3 restantes são necessários para que você possa girar o líquido livremente e garantir a quantidade de oxigênio necessária para que ele possa exalar todo seu perfume. Evite segurar no bojo, para que o calor do nosso corpo não esquente o vinho em demasia.
Taça para vinho branco
As taças de vinho branco são menores que as taças de vinho tinto. Ligeiramente menor que a taça para vinho tinto, a taça para vinho branco não necessita de um bojo e bordas tão grandes. O vinho branco não possui a mesma dificuldade do tinto em mostrar o seu perfume. A bebida pode ocupar de 1/3 a metade da taça. Como no tinto, evite segurar a taça pelo bojo, a fim de preservar sua temperatura ideal.
Taça para champagne
Antepasto (aperitivos): Vinho branco seco (Chardonnay, Sauvignon Blanc), Espumante Brut
Peixes e frutos do mar leves: Espumante brut, Chardonnay ou Sauvignon Blanc.
Peixes e frutos do mar pesados e/ou gordurosos: Tinto leve ou branco maduro. Existem vários nacionais, produzidos na Serra Gaúcha, que se encaixam nessas categorias.
Carne branca: Espumante brut ou branco seco.
Carnes de caça ou exóticas: Carnes diferentes exigem vinhos diferentes. Dê preferência a vinhos das uvas Pinot Noir ou Syrah. Essas variedades produzem vinhos mais elegantes e encorpados.
Carne vermelha: varia muito entre o tipo de carne e como ela é preparada. Para carne vermelha grelhada, Merlots e Carmenères acompanham muito bem. Para carnes mais gordurosas, o Cabernet Sauvignon é uma excelente pedida porque não dá a sensação de “estufado” e auxilia na digestão da gordura.
Massas: Molho branco ou leve: vinho tinto suave. Molho vermelho ou forte: Espumante brut ou vinho tinto seco.
Saladas: Sauvignon Blanc. Nunca tempere a salada com vinagre ou outros condimentos ácidos, pois eles alteram a percepção do vinho na boca.
Como servir e armazenar
Cada vinho tem uma faixa específica de temperatura para ser servido. Tintos: 16 a 20 graus. Brancos: 12 graus. Espumantes: 10 a 12 graus. Se possuir tempo de sobra até o vinho ser servido, deixe- descansar na posição vertical por 24 horas. Isso faz com que os possíveis resíduos depositem-se no fundo da garrafa. Para abrir a garrafa, limpe o bocal (sem agitar demasiadamente a garrafa), rodeie com um guardanapo e perfure com o saca-rolha. Nunca atravesse a rolha porque resíduos podem cair no vinho. Se a rolha estiver difícil de sair, coloque o saca-rolha na diagonal. Sirva sempre à direita de quem irá beber. O dono da garrafa tradicionalmente toma o primeiro gole, tradição feita para que possíveis restos de rolha ou do vinho venham para o seu copo e não para o do convidado.
O vinho deverá ser servido sempre à direita de seu convidado (foto: Sofia Sanchez e Mauro Mongiello)
A decantação do vinho é um ponto polêmico. Alguns dizem que deixar o vinho “respirar” por uma hora realça suas características. Outros dizem que é uma heresia. Fica a seu critério e paladar.
Na hora de armazenar os seus vinhos, coloque-os sempre na posição horizontal e, se possível, levemente inclinado em direção à rolha. Isso garante que nenhum ar irá entrar na garrafa. Armazene as garrafas em lugares em que a temperatura varie de 12 a 20 graus. O mais indicado são adegas climatizadas.
Na Mobly, existem vários kits e ferramentas para servir vinhos, bem como conjuntos de copos e taças.
Gostou das dicas? Coloque-as em prática e arrase em jantares, almoços, festas, recepções ou mesmo quando for tomar um bom vinho, sozinho.
Falando nisso: Você sabe qual é o vinho mais caro do mundo?
Um leilão nos Estados Unidos colocou à venda uma garrafa do famoso vinho tinto Château Lafite, safra de 1787, que pertencera ao Presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. A garrafa foi arrematada pelo colecionador Christian Forbes pela bagatela de 105.000 dólares.
Vinhos doces são um pouco mais baratos nessas vendas exorbitantes, mas nem tanto: o Château d’Yquem da safra de 1811 foi vendido para Robert Parker na Suíça por R$ 125.000. Paixão não tem preço, não é?
Você sabe qual é o vinho mais caro do mundo?